Maria Ozorio Nasceu em 1915, era filha de Pedro Ignácio Mello e de mãe ignorada, natural de São Paulo, de cor parda, possuía cabelos compridos, pretos e crespos e costumava usá-los presos por um coque, era magra, estatura média e muito bonita. Quando solteira trabalhou na função de empregada doméstica na residência do comerciante Sr. Eduardo Ayello que era casado com D. Maria Ayello.A família pra quem Maria trabalhava era muito atencioso com ela, gostavam muito da sua presença e serviço, porém deixou de prestar serviços a família quando se casou com Sabino Borges Filho, conhecido como Sabininho. Apesar de Sabino Borges Filho ter o mesmo nome de seu pai, Sabino Borges, ele não herdou a tranquilidade e paciência que o pai, Sabino era um homem agressivo e sofria de alcoolismo. Após o casamento, foram morar com os pais dele, na Vila Paulista em Rincão. Pai e filho trabalhavam na Ferrovia Paulista. O pai de Sabino disse aos seus amigos de trabalho que infelizmente seu filho bebia muito e chegava a ficar agressivo. Próximo à estação a empresa construiu uma Vila de casas padronizadas para seus funcionários, denominada de Vila Paulista, proporcionando moradia gratuita aos empregados.
A história de Maria Ozorio é difícil relatar devido ao fato de ela ter sofrido com agressões, crueldades o que chegou a causar sua morte. Maria Ozorio sofria calada esse tempo todo, seu marido puxava seus cabelos, sob o efeito da bebida ele ameaçava matá-la, há relatos de que seu marido já chegou a queimá-la na chapa do fogão a lenha.Além de tudo era ciumento e vivia desconfiando de sua esposa, não a deixava sair de sua casa, sempre vigiando onde ia e pra onde olhava. Até hoje não há motivos lógicos do porque Maria Ozorio foi tão maltratada, já que não havia motivos para a moça sofrer tanta violência e crueldade em seu relacionamento. Os moradores da vizinhança relatavam que Maria Ozório não saia de casa e morava com a sogra.Como era discreta ela não reclamava a seus amigos e familiares as torturas que passavatoda a vizinhança sabia de seu suplicio. 
Maria Ozorio morreu com apenas 22 anos. Foi na madrugada de sábado, do dia primeiro de maio de 1937, por volta de uma hora e trinta minutos, que ela morreu, assassinada pelo marido, teve seus braços quebrados e traumatismos por todo o corpo. A causa da morte : “choque traumático”.
Contam os antigos que o coveiro da época, ao abrir a vala para remover sua ossada e construir a carneira, deparou-se com uma surpresa: seus restos mortais estavam intactos e não exalavam odor, parecia que ela estava adormecida. Por esse motivo, resolveu não mexer no local. Ressalto que não temos provas concretas disso, pois são fatos relatados pelos antigos moradores, que se perpetuaram por gerações. O coveiro já faleceu e não temos como comprovar este fato.
O Sr. Osvaldo Machado, hoje com 83 anos de idade, relatou que trabalhava no Cemitério Municipal, na construção de carneiras e revestimento de túmulos e de jazigos. Convivendo diariamente com as pessoas que visitavam a sepultura de Maria Ozório, levando flores, santos e acendendo velas por sua alma, soube de sua triste história e passou a nutrir a fé por ela. Confessou que nunca ousou abrir a sepultura, somente construiu um túmulo simples no local onde ela havia sido sepultada, depois de pedir uma graça e ser atendido, pois conta que tinha muitas dores nos pés e elas desapareceram após o pedido. Alguns anos depois, resolveu construir com seu próprio recurso uma pequena capela, que pintou de azul celeste, colocando janelinhas de vidro e um altar, em agradecimento.
FONTE: Site Prefeitura Municipal-Rincão-SP